terça-feira, 16 de maio de 2017

Rousseau




Um pouco de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). Contado por Leanrdro Konder:
Rousseau não confia na razão humana: prefere confiar mais na natureza.
Os homens nascem livres, a natureza lhes dá a vida com liberdade, mas a sociedade lhes tira o exercício da liberdade natural. O problema, então, é assegurar bases para um contrato social que permita aos indivíduos terem na vida social uma liberdade capaz de compensar o sacrifício da liberdade com que nascem.
Assim, diz que os conflitos de interesses entre os indivíduos tornam-se exagerados, que a renda é mal distribuída, o poder fica concentrado em poucas mãos, as pessoas são escravizadas ao seu próprio egoísmo. Considera necessária uma democratização da vida social; as comunidades efetivamente democráticas não podem basear-se em critérios formais, puramente quantitativos (a vontade de todos): precisa apoiar-se numa vontade geral criada por um movimento de convergência que levará os indivíduos a superarem a estreiteza do egoísmo deles, que os levará a se reconhecerem concretamente uns nos outros e a adotarem uma perspectiva universal (verdadeiramente livre) no encaminhamento de soluções para seus problemas.
Os caminhos que devem ser seguidos para que os homens cheguem a essa "convergência", a essa "universalidade", exigem a remoção de muitos obstáculos. Diz que as mudanças sociais profundas, realizadas por sujeitos coletivos, não costumam ser tranqüilas; diz que as transformações necessárias por ele apontadas devem ser um tanto tumultuadas. E que "um pouco de agitação retempera as almas; e o que faz avançar a humanidade é menos a paz do que a liberdade". Não se intimidar pela "ideologia da ordem", de conteúdo nitidamente conservador.